População deve ficar atenta a calendário de vacinação e especialista faz alerta

Manter a carteira de vacinação das crianças em dia é mandatório para evitar moléstias que podem impactar no futuro das pessoas. Os pais também devem ficar atentos para as doses de reforço, que são oferecidas nas campanhas durante o ano. Segundo dados do Ministério da Saúde, a imunização contra a poliomielite, por exemplo, atingiu 84% da cobertura contra a meta de 95% do público-alvo. Ao Portal Correio, Anna Caroline Nóbrega, alergologista e imunologista, explicou alguns pontos importantes sobre a vacinação.

A médica entrevistada explicou os programas que disponibilizam vacinas gratuitas e pagas no país. “Temos o Programa Nacional de Imunização (PNI), que é vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Ministério da Saúde, que determina um calendário vacinal padronizado, mas existem vacinas que não são contempladas na rede pública; algumas só são encontradas nas clinicas privada. Existe também o calendário padronizado pela Sociedade Brasileira de Imunização (Sbin), que é a junção do calendário do Programa Nacional de Imunização (PNI) mais as vacinas que não são encontradas na rede publica, e sim na privada, porém são importantes porque protegem de doenças graves e fatais”, explicou.

Questionada sobre como identificar alergia às vacinas, Anna Caroline disse que não há exames preventivos. “Não acontece uma alergia para uma dose de determinada vacina, e sim para uma determinada vacina. Não há um exame preventivo que vá nos dizer que você não deve tomar tal vacina porque você é alérgica a ela. O que existe são contra-indicações formais, por exemplo, no caso do paciente alérgico à proteína do ovo, que é contra-indicado se vacinar para a gripe e para a febre amarela. Essas pessoas não têm indicação de receber essas vacinas porque corre o risco de ter uma reação alérgica aguda”.

Ela ainda esclareceu que o paciente deve optar por receber a vacina em tempos de epidemia, mesmo sendo contra-indicada. “Este ano, onde houve e epidemia da febre amarela, a recomendação foi reformulada. Colocando na balança o risco e beneficio, foi entendido que, diante do risco de ter uma doença como a febre amarela e evoluir com o óbito, é melhor que o paciente faça a vacina, mesmo se for alérgico, porém em ambiente hospitalar, porque, caso aconteça uma reação aguda, o paciente está no local adequado para evitar a evolução de uma doença fatal”.

Vacina da gripe

Muitas pessoas sentem medo de tomar a vacina da gripe alegando que ela provoca uma gripe ainda mais forte ou que pode trazer outros tipos de reações. A imunologista Anna Caroline opinou sobre o tema.

“Eu acredito que esse medo está sendo cada vez mais superado. As pessoas não estão mais atribuindo a doença da gripe, a virose, a uma dose de vacina que recebeu previamente. Isso está sendo debatido nos meios de comunicação e até mesmo pelos médicos. O medo se fundamentava por aí: não vou tomar a vacina porque vou adoecer. A vacina da gripe é uma vacina produzida a partir de um vírus vivo atenuado, ou seja, ele não tem capacidade de desencadear a doença, ela só vai funcionar estimulando a produção de anticorpos no organismo”.

Ela explicou o porquê das pessoas adoecerem quando tomam a vacina. “Não é possível você ter a doença da gripe só porque se vacinou. O que acontece é que a campanha de vacinação se inicia nos meses onde existe uma maior prevalência da gripe, então muitas vezes você já está com o vírus e, ao tomar a vacina, ele se manifesta, não por conta da vacina, mas porque você já estava com o vírus. Novamente colocando na balança, é melhor tomar e adoecer. As faixas etárias, para as quais a vacina está indicada, são aquelas que mais têm risco de adquirir virose, de evoluir para uma pneumonia grave, de precisar usar medicamentos caros e às vezes precisar de internação, ou até de evoluir com uma doença bacteriana após a virose; tudo isso é mais grave do que tomar a vacina e coincidir com o vírus já ali”, explicou.

Viagem internacional

Para viagens internacionais, a orientação da médica foi procurar um imunologista. “A orientação é que procure um especialista para que você se adeque, a partir do seu destino, no calendário de vacinação do viajante. Existe um calendário especial para as pessoas que vão viajar. Dependendo do seu destino, é contemplado um, dois ou três tipos de vacinação. Isso tem que ser comparado com seu calendário vacinal, porque pode ser que a pessoa já tenha tomado a vacina que o país exige”, direcionou.

Confira o calendário de vacinas para as crianças:

Tríplice Viral D2
Contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora

Duas doses para crianças a partir dos 12 meses, adolescentes e adultos não vacinados

Poliomielite
Contra Poliomielite ou paralisia infantil

Três doses injetáveis no 2º, 4º e 6º mês de vida do bebê; são indicados dois reforços orais, aos 15 meses e aos 4 anos.

Rotavírus Humano
Contra o vírus que causa diarreia grave, acompanhada de febre e vômito.

Duas doses no 2º e no 4º mês de vida.

Pentavalente
Contra difteria, tétano, coqueluche, meningite, hepatite B e outras infecções.

São três doses a partir dos 2 meses de idade (2º, 4º e 6º mês)

Meningocócica C
Contra a bactéria meningocóco C, responsável por 60% das meningites.

São três doses aplicadas no 3º e no 5º mês, com reforço aos 12 meses; para adolescentes de 12 e 13 anos, dose única ou reforço.

Confira o calendário nacional de vacinação (do nascimento à terceira idade)

Fonte: Portal Correio